“[…]Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1ªTimóteo 4:7-8).
“Exercita-te, pessoalmente, na piedade”! Esse é o nosso desafio para o ano de 2018, como nascidos de novo e membros do “corpo de Cristo”, congregando na Igreja Presbiteriana de Cuiabá. Ao longo do ano, seremos desafiados a viver, na prática, a fé que professamos. Escrevendo aos romanos com a intenção de fundamentá-los e fortalece-los, o apóstolo Paulo baseia o dever na doutrina e traça a vida em relação a crença, mostrando que o caráter é determinado pelo credo. Na visão paulina, a doutrina e a prática jamais devem ser divorciadas. Apenas o conhecimento teórico da doutrina é frio e sem vida. A beleza (a vida) da doutrina está na prática e a força da prática está na sã doutrina. Em outras palavras, Paulo estava ensinando que o círculo completo da responsabilidade cristã com relação às verdades das Escrituras é tríplice, ou seja, o cristão verdadeiro tem que: a). Aprender as verdades das Escrituras; b). Apropriar-se das verdades das Escrituras, e; c). Viver (praticar) as verdades das Escrituras.
Ao longo do ano, usaremos a palavra “piedade”, referindo-se a condição daqueles que têm fé em Cristo, e que amam a justiça do evangelho, a Cristo e aos Seus mandamentos, expressando-os numa vida de devoção a Deus tanto interna, quanto externamente. Cremos que esse foi o entendimento do apóstolo Paulo, ao associar a piedade com a justiça, a fé, o amor, a constância, e a mansidão, quando exortava Timóteo, seu filho em Cristo, para “combater o bom combate da fé” (1ªTimóteo 6:11-12).
O apóstolo Paulo, também, afirma que a sã doutrina (a Palavra de Deus, o Evangelho, a verdade de Cristo), é segundo a piedade, ou seja, a sã doutrina conduz a uma vida piedosa, e o exemplo perfeito desta vida piedosa está em Jesus Cristo.
O teólogo anglicano, John Stott, afirmava que “o poder do Evangelho está na diferença dos crentes” e, de fato, a vida da doutrina está na prática e a força da prática está na sã doutrina. Da mesma forma, entendemos que é pela prática da Palavra de Deus que uma pessoa é tornada piedosa, ou seja, devotada aos deveres que tem para com Deus, e isto há de ser visto em sua vida devocional particular ou pública, no seu lar ou na Igreja, ou em qualquer outro lugar. Meditar na Palavra, orar e jejuar, congregar com os santos, usar de misericórdia para com o próximo, faz parte da piedade, ou seja, da devoção cristã.
A vida de piedade é a expressão prática da nossa adoração e serviço a Deus. Por isso o apóstolo Pedro a coloca no final da lista de virtudes que relaciona em sua segunda epístola, antes da fraternidade e do amor, como sendo parte deste resultado final, depois de termos crescido na fé, na virtude, no conhecimento, no domínio próprio, e na perseverança (2ªPedro 1:5-7).
Por isso, exercitar-se na piedade, será o nosso desafio pessoal em 2018. O apóstolo Paulo convoca a cada um de nós para que nos exercitemos na “piedade”, sob o argumento de que tal exercício é indispensável para a vida presente e futura. Mas o que vem a ser a piedade? Veremos na próxima pastoral.
Por ora, atentemos à admoestação de Tiago: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. 25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:22-25).
“Exercita-te, pessoalmente, na piedade”!